Guia Kenzo para Personagens

Abram seus livros no capítulo quatro... senta com seu coleguinha que trouxe o livro então.


Na aula de hoje falarei de personagens... o que nem precisava falar, pois era bem óbvio pela ordem lógica das matérias.


Personagens


. - Personalidade: deve fazer sentido e ter uma regularidade/equilíbrio, por exemplo, Steve perdeu os pais, exagerar demais no humor desse personagem iria arruinar o drama dele (se essa for a intenção, sem problemas), mas quero colocar humor nele, logo decido deixá-lo como uma pessoa normal que tenta parecer otimista sendo um cara feliz quando acompanhado de conhecidos (~ o cara que anima o pessoal, para não deixá-los preocupado com ele e aliviar os problemas), mas quando sozinho, Steve vive, normalmente, mas emite tristeza (tem um sentido justificando a quebra da regularidade gerando equilíbrio). Cuidado em como o personagem reage a tudo e lembre-se que não reagir é uma reação... deu pra entender?... dane-se.


. - História: o personagem é um ser que nasceu e viveu assim como qualquer ser. Pense em uma história para ele, mesmo que não vá contar ao leitor. Isso ajuda a dar sentido em porque o personagem é daquele jeito e facilita no desenvolvimento dele na jornada (relacionando acontecimentos atuais com o passado do “coiso”).


. - Visual: eu prefiro jogar isso na lista de afazeres dos desenhistas (eles que se virem), mas se você tem bom coração e/ou quer que o personagem tenha determinado visual, segue um fator filho da mãemente importante, tenha um motivo para que o visual seja aquele (mesmo que sejam apenas desculpas inventadas na hora que perguntam). Morenos passam uma ideia e loiros outra, jaquetas de couro tem um simbolismo e calças coloridas outro, logo se fizer um personagem ao acaso ou só porque “é bonitinho”, você pode formar uma imagem de personalidade ao leitor diferente da que imaginou para o personagem. Não vou listar as características, pois é muita coisa (se for fazer isso, vai ser em um guia próprio para isso... mas fica esperando não, tio google tá ai pra isso), eu não ligo/não entendo muito disso (como disse, jogo no colo dos desenhistas) e estou com preguiça (¬_¬ já pesquisou no google?... foi o que pensei).


. - Nome: … sou péssimo em dar nomes a personagens, mas vou tentar ajudar. O nome é parte importante no quesito personagem, logo deve ser pensado com carinho. O que disse no visual vale aqui também, tenha um motivo para o nome ser aquele, mesmo que seja “por combinar com o personagem uai”. Como eu tenho dificuldade para criar um nome do nada, eu crio um esquema bem bobo que vai servir para todos os personagens do projeto. Por exemplo, usar outro idioma, palavras simples viram nomes sensacionais se tiver sorte (Fischfänger (alemão), Ribolovac(croata), Kaptisto (esperanto), Kalamies/Kalastaja (finlandês) seriam nomes aceitáveis para um pescador... foi só um exemplo :P). Outros esquemas são fazer trocadilhos, “homenagens”, dar uma de Stan Lee (nome e sobrenome com a mesma primeira letra), sei lá, use a imaginação.


Funções
Dar uma funções aos personagens facilita horrores na produção do projeto. As funções geralmente trazem um estereótipo com elas, segui-los é útil e não obrigatório (útil pois facilitam o desenvolvimento, já existe uma imagem na cabeça do leitor que faz sentido, etc), mas, de qualquer maneira, preste muita atenção (romper estereótipos pode não ser uma boa ideia em alguns casos). Funções podem ser anexadas a não personagens, como situações, lugares, etc (por mim chamava situações, lugares, etc de personagens... mas ia ficar confuso)
Lembrando que são meus exemplos, se quer algo mais acertado e divulgado, pesquise. O que eu recomendo caso surja o interesse... se não surgir fique com suas matutações mesmo, deve ser suficiente (basta lembrar da titia lógica).


. - Protagonista: é quem leva o projeto. A história está onde o protagonista está (não literalmente... ou literalmente... tanto faz), logo... sei lá, pense nisso e coisas boas surgirão. Não ache que protagonista é por lei um personagem do bem, protagonista é por definição o personagem principal e só, bom ou mau, não importa.


. - Antagonista: ajuda/faz o protagonista progredir. Por definição é aquele que vai contra o protagonista, não precisando necessariamente ambos serem rivais ou coisa do tipo (carece de confirmação... pela lógica acredito que sim, mas sei lá). Lembro de ter lido algo que me fez ovular de tão legal: “o mocinho é tão forte quanto seu vilão”. Se o mocinho for muito “forte” o vilão não vai ter graça, se o vilão for muito “fraco” a jornada do mocinho para vencer esse obstáculo não vai ter graça, se o vilão for “fódão” e existir a possibilidade do mocinho vencer ele vai a jornada vai ser muito doida... deu para entender? Capricha no antagonista, ele é tão, se não mais, importante que o protagonista.


. - Palhaço: a fonte de piadas,seja fazendo ou sendo elas. Existem vários tipos de palhaços, o sarcástico (geralmente uma pessoa bem séria), a fofa bobinha (desajeitada com aquele jeitinho adorável que te faz rir), a sexy (consegue o que quer usando a beleza, sendo ou não uma beleza) , o alvo (tudo dá errado para ele, não tão literalmente, veja o Sanji de One Piece), o burro (bem comum esse daqui), o bobo (não é burro, mas se faz de bobo, ou faz piadas bobas), etc. Escolha/invente uma ou mais (sem exagerar) tipos de palhaço e encaixe em um personagem, assim sempre que precisar de um alívio cômico ou de uma piada fica mais fácil fazer uma aparecer.


. - Estopim: aquele que dá o empurrão final para o protagonista/antagonista começar a agir. Um vilão menor que vai cutucar um vilão maior dormindo, uma guria que é sequestrada, um nascimento de rivalidade, etc. Pode ser uma função temporária, assim como pode ser uma função oculta de longo prazo (ex.: o coiso está lá fazendo as coisas normais dele e no futuro, sem que o leitor perceba, tudo aquilo que ele fez tem uma lógica e foi o estopim para algo grande).


. - Emoção: ligar uma emoção específica em um personagem é interessante para criar diferentes pontos de vista em uma situação em comum aos personagens. Não precisa exagerar, por exemplo, tornando um personagem depressivo, faça-o apenas seguir a lógica de um depressivo durante a situação.


. - Complemento: está ali para completar outro personagem e/ou fazê-lo ainda melhor, exaltando suas características sendo como o alvo ou contrapondo ele/a personalidade dele.


. - Criatividade: use-a. De os personagens uma função tirada da sua caixola. Seguir guias é bacana e útil, mas criar suas teorias é tudo isso com 57% mais diversão.