Projeto Demônios

 Abigail (“alegria de meu pai” “aquela cujo pai é alegria”) = narradora

  Manhã, uma praça no meio de um centro urbano bem movimento vista de cima, vê-se pessoas ocupadas e a passeio. No centro da praça uma fonte com uma estátua de anjo.
  Abigail: Deus está morto.
  Pessoas sorriem caminhando com seus colegas, lêem o jornal sentados nos bancos da praça, param para conversar enquanto passeavam com seus cachorros, etc.
  Abigail: graças a isso somos livres para pensar e ser o que quisermos.
  Foco nas janelas e nos prédios em volta, com executivos sérios em seus escritórios, limpadores de janelas trabalhando, alguém lendo um livro no conforto de sua varanda, etc.
  Abigail: graças a isso crescemos e nos tornamos completamente independentes.
  Uma pessoa está para se jogar do alto de um prédio. Uma família (pai, mãe e filha pequena) passa na frente desse prédio e a filha olha para a pessoa (os pais não percebem e todos continuam andando como se não fosse nada).
  Abigail: graças a isso não temos medo de nos entregar, nem de rir de nossos sofrimento.
  A menina sorri. A pessoa no alto do prédio deita no chão e ri enquanto chorra (~percebeu a besteira que ia fazer).
  Abigail: pois somos livres.

  Um trono vazio no meio de um santuário.
  Abigail: ele não era mal, apenas tinha que morrer.
  Várias pessoas usando togas desamparadas nos corredores desse santuário.
  Abigail: pois com ele vivo tínhamos apenas um motivo para viver, agradá-lo para garantir que iriamos para o céu... sem ele aqui nos observando o que faríamos?
  Os líderes de ambos lados (os que mataram Deus e os que eram contra isso) discutem.
  Abigail: seriamos bons por ser a coisa certa a fazer? Esse era o objetivo, mas ao que parece os fiés ainda precisavam de motivos para tal.
  O líder do lado dos que eram contra faz uma reverencia e sorri diabolicamente. Todos do lado que mataram Deus começam a gritar de dor enquanto chifres nascem em suas cabeças (chifres que passam sobre a cabeça e crescem em curva até a nuca (~são um símbolo não uma arma)) e uma a uma elas começam a desaparecer. Os do outro lado se assustam (até mesmo o líder).
  Abigail: para isso mantiveram a ideia de Deus viva enquanto nós, agora conhecidos como demônios, fomos punidos.
  O líder escreve um livro em meio a uma assembleia.
  Abigail: condenados a observar o que o mundo se tornaria… isolados de todos, só sendo vistos por aqueles que queremos que nos vejam e cuja vontade é reciproca… e só há uma pessoa que se encaixa nessa descrição para mim.

  A menina está parada na frente da fonte da praça sorrindo e olhando para algo (que o leitor não vê) em cima da estátua.
  Abigail: apenas uma.
  A menina sendo vista de cima da estátua. Os pais dela estão um pouco a frente (como se não tivessem reparado que ela parou).
  Abigail: aquele que se sacrificou pelos filhos.
  Vindo correndo de longe na direção dos pais da menina está uma besta (com chifres e meio humana meio animal) abrindo caminho com suas e garras ignorando aqueles no caminho  (ela é invisível para os humanos).
  Abigail: que me deu o instrumento que mudaria o mundo.
  A besta dá um golpe fatal nos pais da menina, que tem a cara manjada com seu sangue.
  Abigail: aquele a quem amava.
  A besta está no ar pulando sobre a menina. Uma outra besta aparece embaixo da primeira e a empurra para cima (aumentando o arco e a fazendo passar por cima d menina ao invés de acertá-la). A primeira besta caí morta com a barriga para cima com uma faca enfiada no peito. A segunda besta abraça a menina, que só agora percebeu o que aconteceu com os pais.
  Abigail: [fala/não narra] bem vindo de volta.